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Wushu: Sistema Cardiovascular e Respiratório

Sistema Cardiovascular

Segundo Serrato (2004), as seqüências técnicas de wushu são compostas de 32 a 60 movimentos, sendo executadas de uma vez, sem intervalo, essas sequências chamadas de Tsu He (seqüências básicas de wushu) e Tao Lu (seqüências avançadas de wushu), promovem um desgaste físico muito grande.

De acordo com a pesquisa realizada pela Universidade de Educação Física de Beijing, depois de participar de um campeonato de wushu, os atletas de chang chuen (punho longo), com idade entre 18 e 25 anos, apresentam uma frequência cardíaca de 173 bpm, com pressão sistólica próxima a 200 mmhg, porém, os atletas que participaram da modalidade rotinas com armas, apresentaram uma freqüência cardíaca de 170 bpm, com pressão sistólica próxima a 186 mmhg, menciona Serrato (2004).

Em 1976 realizaram uma nova pesquisa, utilizando um aparelho de telemedição, alguns atletas realizaram exercícios de mãos livres e outros com armas, sendo que, os atletas que realizaram as rotinas de wushu de mãos livres apresentaram uma freqüência cardíaca de aproximadamente 216 bpm, já os atletas com armas, apresentaram uma freqüência cardíaca de no máximo 192 bpm. Após 5 minutos do término da realização dos exercícios, os atletas apresentaram uma freqüência cardíaca normal, menciona Serrato (2004).

Segundo esta pesquisa, os atletas de wushu devem treinar as rotinas de 15 a 20 vezes por dia, tanto as de mãos livres como as de armas, sem contar os exercícios físicos específicos, portanto, estes movimentos exercem uma grande influência sobre o sistema cardiovascular, sendo um estimulante para o corpo e assim, promovendo um aumento da saúde, afirma Serrato (2004).

No mesmo ano, a Universidade de Educação Física de Beijing realizou uma segunda pesquisa, comparando as funções orgânicas dos alunos que praticaram wushu e os que não praticaram. A comparação se deu sobre as funções orgânicas do sistema cardiovascular, através da mensuração da freqüência cardíaca e da pressão arterial em repouso e depois de agachar e levantar por 30 segundos, confirmando que a prática do wushu influencia positivamente o sistema cardiovascular, cita Serrato (2004).

Através da análise, os resultados obtidos entre os alunos que praticavam wushu e os que não praticavam, chegaram à conclusão que a frequência cardíaca e pressão sistólica dos alunos praticantes de wushu eram mais baixas do que os demais, tanto em repouso quanto em exercício, e também, a recuperação da pressão arterial ao estado normal é mais rápida no primeiro grupo, menciona Serrato (2004).

O autor acima citado, ainda diz que isto significa que o coração que se contrae poucas vezes durante determinado tempo, a circulação pode garantir a necessidade do movimento e da função orgânica do corpo, por esta razão seu coração pode estar mais tempo em repouso. A rápida recuperação da freqüência cardíaca e da pressão arterial após o exercício, demonstra que o sistema cardiovascular pode receber cargas maiores de trabalho, assim, pode-se demonstrar que os exercícios de wushu podem melhorar o funcionamento do sistema cardiovascular.

Sistema Respiratório

Para se praticar wushu é necessário um bom sistema respiratório, como exemplo, podemos dizer que toda vez que um atleta de wushu avança para socar um adversário, ele necessita da respiração para ajudar na emissão da força, cita Serrato (2004).

Uma pesquisa realizada em 1963 por Li Miao Qin, ex aluno da Universidade de Educação Física de Beijing demonstrou que após a realização de uma rotina de chang chuen (Punho Longo), a freqüência respiratória estava entre 31 e 34 vezes por minuto e o volume de ar entre 20 a 29 litros. A rotina de chang chuen, possui movimentos lentos, rápidos e fortes, promovendo um grande desgaste físico a quem executa, por este motivo, é necessário uma grande retenção de oxigênio que pode chegar de 70% a 80%, sendo necessários 8 a 9 minutos para recuperar-se totalmente, cita Serrato (2004).

Em 1976 foi realizada uma pesquisa para avaliar a diferença da capacidade respiratória entre os alunos wushu e os alunos comuns da Universidade de Educação Física de Beijing. O resultado mostrou que o volume de tórax dos alunos de wushu aumentou 2,12 cm, enquanto os demais apresentaram uma diferença de 1,38 cm, cita Serrato (2004).

Um grande volume de tórax demonstra que a pessoa pode expirar mais ar residual e inspirar mais ar fresco, por este resultado, pode-se dizer que a prática do wushu pode melhorar muito o funcionamento do sistema respiratório, menciona (2004).

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